A cada dia mais eu esqueço do seu
rosto, da sua voz, do seu jeito carinhoso e ao mesmo tempo firme de me chamar.
“Taila!”. Eu tenho tanto medo de esquecer completamente, que prefiro não
lembrar, assim é impossível constatar que com o passar dos anos a lembrança
daqueles que amamos passa a ser mais uma história bonita para contar do que
algo que de fato aconteceu.
Se ao menos seus últimos anos ao
nosso lado tivessem sido bons, eu não choraria. Mas me dói lembrar de todo o
sofrimento, do dia em que você caiu na praia, na rua de trás da nossa casa, eu
lhe ajudei a levantar e fingi que nada estava errado, mas estava.
Em meio a tantas bobagens cotidianas eu lembro do dia em que você não disse adeus. Era um
dia quente de Janeiro, eu estava na praia, tão tranquila. Você fez questão de
que a família comemorasse o Natal e Ano Novo, só você né, vô?
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