Thursday, December 28, 2006

Para conseguir escrever

E o mundo me ama e me odeia, pois lhe joga nos meus braços e depois como de supetão lhe arranca novamente para a terra, e me faz chorar, e me faz sofrer, e me dói tanto que eu penso que não é possível algo doer mais. E ela volta, e descobriu um novo jeito de te amar, e você gostou, e você a amou do jeito antigo, porque é o mais forte de todos. E eu sentei, e fiquei sozinha, como sempre estive, mas não percebia (poucas coisas eu percebia quando você me dava a mão).
E eu acordei hoje de manhã e um novo ar se espalhava, e eu sabia que hoje seria o dia em que voltaria a escrever. E eu fiquei triste, e eu fiquei feliz. E eu esqueci de comer porque precisava escrever que o mundo me odiava, mas ele não me odeia.
E há pães, e todos caem no chão. E a cadela chora por algo que eu desconheço e meu irmão não me deixa mexer no computador e tudo parece tão mais difícil do que era ontem. E não há mais calor. E não há mais vontade de abrir a porta-janela para o sol entrar. Deixe-o lá fora que é o seu lugar, e o meu é aqui, no escuro, na frente de uma tela esperando uma notícia que não chega porque não aconteceu.
Há espera em cada coração triste. Há desilusão em cada poça de sangue. Mas eu sei que aqui é meu lugar, eu sei que nada é feito para mim. Mas então o que é essa coisa magnífica que me faz correr sem parar? Como se chama essa energia vital que não me deixa desistir? Me respondam! Eu preciso saber, porque eu preciso de uma dose maior, só hoje, eu prometo. Dê-me o pó mágico, porque eu não quero crescer. Mãe! Eu cansei de lhe dizer que sou uma criança e não sei ser outra coisa. Agora me tire desse poço imundo porque eu decidi ver o céu ficar mais azul.

1 comment:

Anonymous said...

Oii =)
vim te dar um Oi...
coisa tosca, de quem não tem nada de interessante pra fazer nas férias!!!
que afinal, ainda não foram férias!!!
=]~~