Friday, December 22, 2006

Vomitando

Fiquei tão triste quando me lembrei que havia perdido o caderno onde escrevo os meus textos, mas tão triste, que senti mais vontade de escrever. Vai ver é porque eu andava muito feliz, muito bêbada, muito drogada e pouco real. Me faltava melâncolia, o ingrediente final para que eu consiga vomitar algumas palavras. E hoje elas vieram, rápidas, fasceiras. E eu decidi acreditar de uma vez por todas que há males que vem para o bem.
Quarta-feira estava tão bonito, e tão brilhante e havia tanta magia no ár que minha mãe percebeu que havia algo de errado em meus olhos. "Mas mãe! Meu olho muda à cada dia!"
Então eu resolvi ficar em casa na quinta-feira, pra ver se des-relaxava, se me acalmava e se concertava um pouco de tudo que está fora do lugar. Não adiantou. Mas é melhor assim, as festas natalinas estão aí, e minha mãe não merece um presente como o que ela recebeu no Natal de 2004. Não! Eu ainda entendo, eu ainda respeito, só por mais um ano, eu contínuo nesse casulo até poder virar borboleta, ou ainda morro lagarta. Quem sabe?
Mas hoje já é sexta-feira. E na sexta todos que tem namorado namoram. Então eu decido que ao invés de pensar no ontem eu deveria sair pra tomar um cerveja e ver se ainda há estrelas no céu. Volto cedo. Cedo demais para mim, cedo demais para uma sexta-feira, cedo demais para quem está de férias e tem dezesseis. Mesmo assim voltei.
De carro com minha mãe eu percebi a enorme diferença entre voltar pra casa "bem" e voltar pra casa "mau". Notei também que em todo esse tempo ela já deve ter percebido zilhões de vezes que eu não estava nessa dimensão, mas por quê ela não fala? Vai ver é porque quando ela pergunta eu nunca falo a verdade. Vai ver ela já cansou da mesma cena. Vai ver eu mesma cansei de dar as mesmas desculpas. Algum dia eu conto a verdade logo, assim, crua, servida para todos decidirem se prefiriam que eu continuasse mentindo ou não. Aí veremos.
Mas amanhã! Amanhã é sábado, e quando não há noitada na sexta o sábado é destruidor. É maléfico. É perverso. E amanhã não será diferente. Colocaremos nossos melhores trajes, dançaremos a noite toda e beberemos tudo o que eu não bebi ontem.
E talvez eu chore, porque perdi meus textos, ou por qualquer besteira que me venha na cabeça.

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