Tuesday, January 23, 2007

Cu é sem acento

Eu encontro as respostas pra tudo o que não vejo entrando dentro. Dentro da casca, do escuro, da sujeira, da desordem. Rascunhos de uma vida que não existe são jogados ao redor de uma cama que não é quente. Eu vomitava as imperfeições e me sentia mais feliz, dois dedos na goela e uma esperança no estômago renascia. A eterna corda bamba que lhe faz cair no fundo do poço. Fazia tempo demais que eu não sentia essa coisa ruim no corpo, essa cara amassada e essa dor na alma. Ontem ela veio mansa, mas hoje desabrochou com toda a sua força. Não há escudo que nos impeça da decepção. Mas lutamos todo dia esperando que o amanhã melhore. Vejo alguma luz no olhar daquela pessoa que acorda todo o dia pronto para ser chutado de novo, e de novo, e de novo. E assim até que o fim chegue, porque a espera é sem sentido quando 0 destino é algo do qual não podemos nos esconder. Ganharemos todas as batalhas e mesmo assim perderemos a guerra. A derrota é algo inevitável em nossa vida pseudo-divertida-culta-louca-cheia-de-porres-e-amores-que-acabam-depois-da-primeira-chupada. Eu levanto quando abro os olhos, não importa se seja cinco da manhã ou três da tarde, um banho gelado e sei que é tarde demais pra desistir.

No comments: