Wednesday, February 14, 2007

Não chore nos meus ouvidos o que eu nunca vivi

Os dias ruins são sempre aqueles em que acordo bem antes do que deveria. Choro de dor. Choro de raiva. Nada desce, nem as palavras. Sabe, às vezes eu acho que a minha seguida dor de garganta deve ser causada por uma pessoa que não me desce. Talvez seja paranóia. Eu sou quase expert em arranjar mais problemas para questões por si só problemáticas, devo ter herdado isso da família do meu pai.
Ontem à noite eu vi um vídeo. A menina foi chutada pelo namorado e se humilhou. Eu fiquei com pena da menina. Ela tinha apenas quatorze anos. Ela ainda não sabe que pra ser amada por outros é necessário ser amada por si mesma. Mas ela pisou em cima da própria cara, e eu senti raiva. Menina idiota essa, pensei. Mas talvez seus pais nunca tivessem a amado, por isso era tão duro ficar sozinha. Talvez sua mãe só gostasse de sua irmã menor, e por isso nunca tivesse ensinado que ela também tinha valor. E ela tem, só precisa descobrir, tristemente, solitária. Vai doer mais do que doeu pra mim, mas a dor sempre passa. Precisamos da dor pra sabermos o que é ficar são.
Eu acho que o que me falta algumas vezes é algo que me prenda. Talvez eu esteja tão solta que corra em círculos. Até quando? Quarta-feira a entrada do cinema é mais barata, mas ninguém nunca quer ir comigo. É tão idiota assim querer comer pipoca e assistir algum filme? Queria ter quatorze anos de novo, mas eu nunca pisei na minha própria cara! No máximo soquei.

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